Se você vier, pro que der e vier, comigo
É mais um ano que termina, entre tantos que já terminaram em nossas vidas. É a proposta de vida nova, no Ano Novo que chega logo após a vinda do Papai Noel, quando tantos sonhos são realizados e tantos outros são desfeitos. É gente que vai, é gente que vem. São casais e seus componentes confusos, em busca de plenitude dentro de dois universos complexamente distintos. Às vezes disponíveis e dispostos à felicidade e outras, completamente imprecisos quanto à possibilidade de encontrar em alguém, algum motivo para ser feliz.
Não existem regras ou receitas para uma convivência plena, feliz, livre de impasses ou problemas. Somos únicos e em nossa singularidade, não raro, contextualizamos nossos enredos de vida, promovendo em nossos relacionamentos, um apanhado de dúvidas e incertezas, que agem mais como complicadores que qualquer outra coisa. Desprezamos atitudes de caráter mais simples e propícias a um encontro leve e gostoso, capaz de enriquecer e energizar almas, corpos e corações de pessoas que buscam no outro, um elixir para amenizar os efeitos de um cotidiano, muitas vezes massacrante.
Se não existem tais regras, poderíamos então, dizer que deixar correr, facilitaria os relacionamentos amorosos? Deixar correr significaria dizer dar o melhor de si? Que cada um, deveria viver a sua vida da melhor maneira possível e juntos, com todas as suas forças, serem aptos a contribuírem, somando com sua felicidade para a felicidade do outro? Significaria dizer que cada um daria de si o que fosse capaz, sem esperar retribuição ou gratidão? Significaria não criar em suas mentes, expectativas, em forma de fantasias inatingíveis, de príncipes ou princesas, de seres perfeitos, esperando ser correspondido em número, gênero e grau às suas mais verdadeiras imperfeições? Você é perfeito?
Deixar correr poderia significar, “andar dentro da realidade de cada um”? Poderia significar respeito? Amor desprendido e generoso que recebo de volta apenas, ou todo o reflexo dos meus gestos. Lei de causa e efeito?
Deixar fluir, com amor verdadeiro, gratidão a Deus pelo parceiro oferecido, com zelo em não ferir, com atenção em agradar sem imposições, com sorrisos, com comprometimento, com compaixão… Com todo o seu calor e o seu tesão. Deixar correr significaria dizer, amar sem amarras, sem culpas e sem medos? Sem interesses escusos?
Significaria dizer, relaxados, equilibrados, serenos e preparados para todas as dificuldades que os fatores externos apresentam às relações? Fortes e dispostos a gozar do encontro dos dois, a mais rica plenitude na carne, no coração e no espírito? Significaria dizer, nem tão perfeitinhos assim, mas muito dispostos a amar? Descomplica aí, vai!
Feliz Natal e um Ano Novo livre, leve e solto, possível e passível de todo amor, prazer, alegria e satisfação que você mereça ter.
Este artigo também é publicado no portal ACESSA.COM confira