Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa

Artigo "Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa", por Jussara Hadadd

Se eles só querem sexo, que bom, elas também! Então qual é problema? O erro está nas segundas intenções.

Obra de toda mulher é a de casar, obra de todo homem é só transar. Elas, as obras, definitivamente não se encontram… Se não for assim, é o contrário. Coisa difícil é combinar.

Ah, as segundas intenções. A falta de clareza e o jogo interminável de sedução e sentimentos. As meninas se fazendo de difícil em uma tentativa voraz de mostrar um diferencial que incite ao compromisso e os meninos colocando isto à prova, incansavelmente.

Os meninos falando de amor de bom comportamento e de beleza interior, mascarando a faceta “lobo mal” e convictos que se não agirem assim, não levarão a “chapeuzinho” para o seu leito de morte. Quanta enganação. Elas querem morrer um pouquinho.

E assim as relações vão se confundindo e em meio a joguetes, os casais vão perdendo a oportunidade de se acertarem de uma forma ou de outra. Qualquer forma de amar vale a pena e toda experiência é válida. Quando nos conhecemos bem, crescemos com elas. Quando nos conhecemos bem, atendemos aos sinais e não nos machucamos, não machucamos o outro não culpamos ninguém e apenas aproveitamos.

Eles só querem sexo? Elas também. Ser difícil pode ser desde uma gostosa fantasia até um grande complicador. E o pior é que os dois promovem esta grande besteira. Quem foi que disse que uma união linda e estável, coroada do mais lindo e puro sentimento, não pode nascer de uma explosão de tesão sem explicação? E o que faz com que um casal que se entregou a uma loucura qualquer de uma noite de verão, negue o valor dessa química preciosa e continue em busca de alguém perfeito? Quem é perfeito? Enraizamentos de conceitos, pré conceitos, interesses obscuros, valores e toda esta tábua recheada de frios sentimentos que é servida para o ser humano, pode ser a resposta à dificuldade em encontrar o par perfeito. Desconstruir-se e reconstruir-se pode ser uma boa receita.

Hoje em dia elas também só querem sexo e isto é ótimo, ou melhor, seria ótimo se fosse compreendido e aceito pelos dois. Mas ela aprendeu que se assumir sua sexualidade independente de um compromisso será uma menina má e ele vem e confirma isso. Assim não dá.

O segredo para se livrar de tamanha confusão pode estar em resolver o que você quer para sua vida. Quer casar bonitinho e imaculado? Procure alguém compatível com as suas intenções e não saia por aí brincando de Chapeuzinho Vermelho com qualquer um só para bancar o bacana. Converse, encontre afinidades para um convívio pacífico, fale de filhos, de carreira de patrimônio e veja se vai dar certo. Costuma não dar quando é assim, alguém fica entalado para manter as aparências. Costuma faltar aquele foguinho, aquela brasinha que mantém os dois ligadinhos um no outro e imunes ao que vem de fora. Mas tudo bem, tente.

Quer só curtir os prazeres da carne, que tal ser independe em todos os sentidos e principalmente, emocionalmente? Carentonas de plantão se dão muito mal quando representam liberalidade para conquistar um homem interessante. É bom ser independente financeiramente e ter uma vida própria, construída inteirinha para você. Depois, ponha no seu cardápio, momentos gostosos com alguém que não vai mudar em nada a sua rotina. E para surpresa de ambos, isso pode dar muito certo porque o princípio do respeito fará parte desse encontro e o que parecia fugaz pode se transformar em amor da melhor qualidade.

O bacana é os dois estabelecerem as regras da relação logo que possível. É só sexo, ótimo, ninguém ilude ninguém e ninguém sofre depois. Quer compromisso, ótimo também, é só ser transparente e dar ao outro o direito de escolha.

Que mania feia as pessoas tem de não comungarem de suas verdadeiras intenções e pior, de viajarem em suas fantasias, sozinhas e cegas acreditando que o outro está no mesmo barco e no final, apresentarem uma conta enorme para ele pagar. Por favor, vamos acordar. Quem brinca de fazer criança, não é mais criança.

Sejam felizes, paguem o preço.

 

Este artigo também é publicado no portal ACESSA.COM

 

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