Prece por um bom amor
Difícil entender amor atrelado a responsabilidade, sofrimento, compromisso e obrigação antes de liberdade, felicidade, desejo e enorme vontade de estar perto de alguém que nos provoca tamanha sensação de bem estar.
Como assim, estar perto de alguém em nome do amor, que não seja por livre e espontânea vontade?
Como assim, culpar alguém por não te amar, exigir que alguém te ame ou que viva a seu lado por algo qualquer que não seja amor? A qualquer custo, até mesmo o da humilhação. De qualquer jeito, até mesmo em subjugação. Em opressão, em prisão, em pura obrigação.
Que ninguém esteja sujeito a um amor fanático, dependente e incompetente, principalmente.
Que ninguém jamais julgue amar apenas por precisar se escorar, segurar seus fracassos e insucessos perante a própria vida. Que ninguém mais no mundo seja capaz de tirar de alguém a oportunidade do amor verdadeiro, por um desejo rampeiro de não viver em lameiro.
Que as pessoas sejam capazes de se amarem, se edificarem e buscarem parceiros para somarem em alegrias, projetos e vida ainda que no caminho surjam dores onde os amores se manifestam em companheirismo e solidariedade voluntaria e desinteressada.
Que as pessoas não sejam mais capazes de se usarem, de usurparem em nome do amor. Porque isso não é amor.
Que o amor seja entendido como doação. Que ele seja visto como estrada para fazer o outro feliz e que o retorno seja merecido antes que revindicado.
Que os casais não se traiam, não mintam. Que não traiam seus corações.
Que os casais tenham olhos para ver e ouvidos para ouvir os sinos que anunciam afinidades capazes de unir em felicidade, almas cansadas de andar por aí, sem saber por aonde ir. Que não se percam ante o medo ou o orgulho.
E ainda que não seja amor, que o amor abrace a causa e faça dos momentos de partilha o mais puro, limpo, lindo e honrado encontro que um casal já pôde viver quando em busca de alento para seus dias solitários.
Feliz dias dos namorados.
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