Manda quem pode, obedece quem tem juízo

Artigo "Manda quem pode, obedece quem tem juízo", por Jussara Hadadd

Artigo "Manda quem pode, obedece quem tem juízo", por Jussara Hadadd

Nada disso! Ninguém manda e ninguém obedece.

Na verdade, apenas as pessoas se amam e neste contexto tudo se resolve e acontece. Dessa forma, a harmonia e a paz transparecem nas relações amorosas, como num conto de fadas.

Mas a verdade é que os casais estabelecem socialmente ou entre eles regras de bom relacionamento e muitas vezes fazem isto sem ao menos sondarem se será possível a médio e a longo prazo, cumpri-las. Existe regra para amar?

É bom refletir sobre o processo de amadurecimento e que antes de ele acontecer para os dois, acontece individualmente e que cada um tem seu tempo e concepções de vida que o aceleram para uns ou atrasam para outros. E os casais, mesmo juntos, não crescem juntos. A individualidade, a singularidade determina o tempo de cada um e apenas com amor é possível compreender e entender este tempo de cada um. Outra coisa importante para pensar é que este processo faz com que comecemos uma relação com uma pessoa e que dez anos mais tarde essa pessoa será outra na medida que aprende, sofre, amadurece ou não.

‒ Como você mudou, não é mais a pessoa com quem me casei.

Claro que não e tomara que as mudança tenham sido para melhor e maior. E tomara que tenham tido atenção à jornada um do outro.

A ansiedade, o medo, a desconfiança, a submissão e sobremaneira a preguiça, constituem agentes determinantes na falência das relações de amor. Todo êxito que buscamos na vida propõe trabalho e esse trabalho pode ser apenas o de entender o ser que dizemos que amamos.

Então é preciso ceder, sou obrigado a ceder? Então sou obrigada a fazer o que não quero, preciso esperar quando tenho tantas urgências? Não! É preciso apenas amar e tudo o que está no imperativo de repente passa fluir de uma maneira muito natural.

Então sou obrigada a fazer sexo quando não estou me sentindo bem? Não, não mesmo! Se a convivência é algo muito além de uma simples relação, se é amor o sexo flui quando os dois estão com vontade e de acordo, caso contrário a vontade nem aparece de forma tão instintiva. É um movimento, uma energia que promove um entendimento suficiente para o casal viver bem.

Outro exemplo bacana é o da cobrança do homem quanto a mulher ter um orgasmo para ele ver e se sentir realizado por ter proporcionado a sensação nela. Esta cobrança pode nem verdadeiramente estar fundamentada no real interesse dele em vê-la satisfeita e sim em terminar logo com a obrigação de ajudá-la a chegar lá e assim ficar liberado para ter o seu orgasmo.

A propósito cabe aqui dizer que esta cobrança, muitas vezes a impede de ter prazer. O prazer de cada um deve ser buscado e medido com observações, com o cuidado de cada vez que estiverem juntos perceberem como o parceiro anuncia o seu prazer, se for com palavras, tudo bem, se não, preste atenção.

Sendo assim, fica aqui a ideia de que com respeito pelo espaço de cada um, e amando desinteressadamente, pode ser muito mais fácil e bonito uma vida a dois.

As pessoas precisam amar para ter o amor que tanto dizem precisar.

Namastê.

Este artigo também é publicado no portal ACESSA.com

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.